Transeunte
Daqui te observo passar. Tão lentamente observo teus gestos agitados, olhos afiados pra nenhum movimento perder. Transeunte, passageiro da vida, termina tua caminhada e não venha me olhar torto. Teu andar me diz muito. Tua língua me diz pouco. Tua alma oca que fique quieta, que aprenda e ouça o vento assobiar, as folhas da árvore no chão tocar. As buzinas que ecoam nas ruas, nas esquinas, que adentram as casas e cortinas, penetram o coração de concreto deste ser, objeto e bagunçam mais ainda essa tua jornada sem graça, sem emoção.
Diga sim à confusão.